Já se passavam mais de 45 dias após o envio da carta ao endereço que descobri, na cidade natal do meu bisavô Golhito - Alhaurin De La Torre, Málaga. Era 06 de maio de 2016, um dia com uma lembrança marcante, nascimento do meu avô materno que faleceu 3 anos antes. Fazendo uma checagem na minha caixa de e-mail´s, percebo um remetente incomum na pasta de quarentena. Abro o e-mail e começo a ler, mas percebo que não está escrito em português, e sim em espanhol!
Enfim a resposta que aguardava há tempos, um "primo hermano" que residia naquele mesmo endereço onde há 43 anos atrás meu bisavô ficou hospedado.
Enfim a resposta que aguardava há tempos, um "primo hermano" que residia naquele mesmo endereço onde há 43 anos atrás meu bisavô ficou hospedado.
Foi uma emoção muito grande, não conseguia terminar de ler; muitos pensamentos, lembranças e recordações vieram a minha mente. Neste pequeno texto, o primo dizia ser neto da proprietária do imóvel que acolheu meu bisavô - a prima dele María. Residência esta que fazia parte da família materna do meu bisavô, e que seu pai recordava-se perfeitamente dos dias em que conheceu e conviveu com ele.
Permanecemos em contato por e-mail durante todo ano de 2016, culminando com um encontro presencial em janeiro de 2017; onde juntamente com meu filho, passamos 10 dias no pueblo andaluz conhecendo inúmeros primos da família.
Logo após ao ler este e-mail, um sentimento de curiosidade em buscar minhas origens paternas reascendeu. Não sabia absolutamente nada dos meus antepassados pelo lado do meu pai, apenas algumas palavras que uma tia, irmã do meu pai me dizia quando pequeno: "... essas sobrancelhas grossas que você têm, são da minha mãe, sua avó...". Pelo sobrenome - Ferraz - deduzia que eram portugueses, mas como minha avó faleceu quando meu pai tinha 16 anos, não sabia nada de sua história.
No final de 2015, faleceu um dos irmãos do meu pai, e reencontrei os demais tios que não via há mais de 25 anos. E reencontrei essa tia que falava com muito carinho dos meus olhos, e relembrei juntamente com ela o que me dizia quando pequeno. E quando decidi buscar minhas origens, de onde vieram os Ricardo´s, foi a primeira pessoa que resolvi procurar e tentar obter alguma informação.
Infelizmente ela faleceu alguns dias após, e naquele momento encerrava-se minhas esperanças. Passado alguns dias, meu pais solicitaram minha ajuda para encontrar um primo do meu pai; filho daquela tia que auxiliou na criação dele e dos meus tios após a morte da minha avó. Utilizando a pesquisa na internet por redes sociais, consegui encontrá-lo e coloquei-os em contato.
No dia seguinte este primo, que o conhecia pessoalmente mas há muito tempo não nos falávamos, fez contato comigo. E conversando sobre vários assuntos, relatei minha descoberta das cartas de Málaga e a resposta positiva dos primos. Logo, ele já foi dizendo:
- Você sabia que meu avô que foi casado com a avó Amélia - Salvador Ricardo - o pai do seu avô paterno Waldemar, era ITALIANO???
- Meu bisavô chamava-se Salvador Ricardo, italiano...?. Quer dizer que a origem do meu sobrenome, meu antenato e "dante causa" é italiano? Ok, mas de onde vieram? Onde ficaram estabelecidos aqui no Brasil? Quando chegaram? Quem veio e quantos da família?
- Então primo, isso eu não sei te dizer, mas... - interrompo seus comentários:
- Pode deixar que eu vou buscar e encontrar tudo que for relacionado à eles. Eu sei o caminho das pedras...
Assim iniciei a busca das minhas origens italianas, a informação que tanto procurava chegou em minhas mãos. Bastava agora começar aquilo que tornaria-se UMA EPOPEIA!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário